Construções litorâneas necessitam de cuidados adicionais a fim de garantir a durabilidade da edificação em decorrência da alta salinidade do ambiente, resultado da arrebentação das ondas no litoral, que possui um poder corrosivo muito forte. Por isso, revestimentos e demais acabamentos que utilizem ferro devem ser evitados. Esse tipo de material oxida com muita facilidade, principalmente quando colocado na área externa da edificação.
Em construções em regiões litorâneas, é recomendável a utilização de um concreto menos permeável, com maior capacidade de suportar as intempéries climáticas. Isso previne rachaduras, trincas e corrosões que podem prejudicar a estrutura, ao permitir que ela entre em contato com ventos que vêm do mar. A norma NBR 6118:2014 estabelece considerações e prescrições para garantir a durabilidade das estruturas de concreto.
De acordo com a norma, a agressividade ambiental de uma estrutura em projeto é classificada entre fraca, moderada, forte ou muito forte, causando deterioração da estrutura de insignificante a elevada. Em regiões litorâneas, a agressividade é forte, mas “pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda para ambientes internos secos, como salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura”.
Observe abaixo alguns dos materiais mais indicados para construções nessas condições específicas:
Aço inoxidável e alumínio
Possuem baixa resistência à corrosão em ambientes com altos níveis de cloretos, o que os torna ideais para construções à beira-mar.
Telhas especiais
Compostas de um liga de alumínio e zinco aplicada sobre o aço, oferecem alta resistência à corrosão em ambientes úmidos e salinos.
Vidro
Não corrói como metais que não sejam inoxidáveis e não estufa como madeira e MDF.
PVC
É um polímero termoplástico que não possui juntas metálicas, por isso não sofre corrosão.
Para ampliar a durabilidade e a aparência da fachada, pode-se ainda aplicar produtos hidrofugantes, que repelem água e camadas extras de pintura ou resinas anti-corrosivas. Existem aditivos plastificantes específicos para cada situação, capazes de proteger estruturas e revestimentos ante corrosão ou demais desgastes causados pelo tempo.
Alguns procedimentos para reparo de estruturas de concreto com exposição de armaduras devido à corrosão acentuada são essenciais para garantir a segurança da estrutura. O ponto chave é sempre realizar uma detalhada inspeção para identificar de pronto a extensão dos danos e causas:
Remoção do concreto deteriorado: Eliminar concreto degradado até área sem patologias.
Limpeza da armadura: Remover corrosão (escovação, jateamento).
Proteção da armadura: Aplicar inibidores de corrosão ou revestimento protetor.
Reposição do concreto: Usar argamassas ou concreto de reparo (manual, moldagem ou projeção).
Proteção superficial: Aplicar selantes ou revestimentos impermeabilizantes.
Reforço estrutural (se necessário): Adicionar armaduras ou reforços, como fibras de carbono.
Manutenção e monitoramento: Inspeções regulares para evitar novos danos.
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Fontes:
https://suporte.altoqi.com.br/hc/pt-br/articles/115004556014